Conferência debate desenvolvimento sustentável de Piraquara 06/12/2011 - 10:40

Com o tema ‘Meio Ambiente e o Desenvolvimento Econômico do Município de Piraquara’, aconteceu dia 1º de dezembro, a Conferência Municipal de Meio Ambiente, realizada pela Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo, que teve a participação de servidores, secretários, produtores, empresários e investidores locais, além do prefeito Gabriel Jorge Samaha (Gabão) e do vice Armando Neme Filho. No evento aconteceu a eleição dos membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo (COMATUR), debates em grupos e uma mesa-redonda que discutiu a questão do desenvolvimento econômico sustentável do município, com a participação de representantes da Prefeitura, do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e do Banco do Brasil. Em seguida houve abertura para questionamentos dos participantes.

O secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo, Gilmar Zachi Clavisso, explica que “o município possui certa restrição ambiental devido à presença dos Mananciais, mas temos  consciência de nossa responsabilidade ambiental no abastecimento público de água”. Por esse motivo, hoje este objetivo é constante para a cidade: “precisamos ser compensados pelo serviço ambiental prestado, a fim de recompor o orçamento municipal e atender as demais demandas ambientais e sociais com qualidade”, diz o secretário.

Revolução ambiental
Na mesa-redonda, o prefeito Gabão apresentou um panorama da situação ambiental de Piraquara, das conquistas e avanços e dos objetivos de novos projetos para um desenvolvimento sustentável. Para ele, o importante agora é “pensar o quanto Piraquara é importante no contexto metropolitano, principalmente pela questão ambiental e pelo fornecimento de água, e pensar a cidade daqui para frente. Nossos números sobre a água mostram que somos produtores de vida”. Avanços que aconteceram na área ambiental, para o prefeito, são consideradas “uma revolução ambiental: saímos de 27% de rede de saneamento e chegaremos a quase 89% no final de 2012, são mais de três mil ligações de água, feitas em conjunto com a Sanepar e o Estado, somente no Guarituba”, diz.

Outro ponto discutido foi a questão da restrição ambiental no município, que por ter grande área de mananciais há limitação da ocupação de território e proibição de qualquer tipo de indústria. Porém, este quadro deve mudar, pois a atual administração municipal tem conseguido avanços como legalização da ocupação de determinadas áreas e a autorização da instalação de ‘indústrias limpas’, que não têm potencial poluidor. Além disso, já aconteceu a instalação da área Agroindustrial, local onde os produtores locais, agora com a cooperativa Coopasol-Trentina, podem trabalhar seus produtos com qualidade. Gabão explica que ainda há questões a serem resolvidas como a baixa arrecadação municipal, o custeio de serviços que são de responsabilidade do Estado, como o transporte escolar, e a compensação pela retirada de água do município. “Mesmo assim, estamos ganhando prêmios da União por transparência na administração, especialmente nas áreas de Assistência Social, Educação e Saúde, e seremos a primeira gestão a encerrar com todas as contas aprovadas em Piraquara”, conta Gabão. Ele explica ainda que a chamada PEC dos Mananciais precisa ser vista como uma forma de luta pela preservação dos Mananciais e pela água de qualidade.

O gerente-geral da Sanepar para Curitiba e Região Metropolitana, Celso Thomaz, diz que “a Sanepar concorda com o Gabão, a importância de Piraquara com relação à água é inegável, os números apresentados são verdadeiros”. Ele explica que os custos dos investimentos da Sanepar são repassados aos usuários, e que se for decretada a obrigação da Sanepar em pagar a compensação pela água retirada de Piraquara, será pago, da mesma forma como são os investimentos. Ele fala ainda que “a água boa é importante, mas o investimento local também é como as soluções de engenharia e o local de tratamento de água”.

Outro ponto importante na questão ambiental é a municipalização do licenciamento e da fiscalização ambiental, o que hoje no Estado existe somente em Curitiba. O engenheiro florestal do IAP, José Luiz Bolicenha, explica que “para conseguir essa municipalização a cidade tem várias obrigações, que estão sendo cumpridas por Piraquara, como o conselho municipal de meio ambiente, agricultura e turismo e ter corpo técnico habilitado”. Ele diz ainda que o processo passa agora pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente e ainda este mês deve ser dada a resposta positiva. A Prefeitura já trabalha até em treinamento de pessoal.

Os participantes da Conferência também falaram muito da questão do turismo, em comum acordo, que Piraquara tem grande potencial turístico, principalmente na área de agroecologia, e precisa de ações conjuntas de Prefeitura, investidores, proprietários e produtores locais. Gil Polidoro, presidente da Comec que conhece a região há 30 anos, fala que está acontecendo o resgate de uma discussão para que se preservem os mananciais, o meio ambiente, e para que “se chegue ao desenvolvimento sustentável é preciso trabalhar três variáveis: econômica, social e ambiental”, declara Polidoro. Para ele, o turismo é uma ferramenta de desenvolvimento que se faz a várias mãos: “os investidores e proprietários precisam agir, mas também acreditar no poder público”, diz. Polidoro falou ainda que a Comec, sendo responsável pelo planejamento integrado do uso e da ocupação do solo, “entende hoje que atividades que não possuem potencial poluidor devem ser permitidas em Piraquara e o turismo é um exemplo, há impactos, mas com organização pode ser tudo positivo”, finaliza.
O gerente do Banco do Brasil de Piraquara afirma que o objetivo do Banco “é participar, estar junto nesse crescimento ofertando, por exemplo, linhas de crédito para construção, agricultura familiar e turismo, com o Projer Tur Investimento”.

A atual gestão municipal pretende incentivar a instalação de um Centro de Distribuição e Logística, porque além de não ser poluente, gerar empregos e renda para a região, Piraquara tem uma localização privilegiada para os devidos fins. Essa área ocuparia 0,5% do município, seria uma zona de serviço, de desenvolvimento orientado de empresas, em local estratégico e sem dano ambiental. Os participantes do evento tiveram a oportunidade de debater todas essas questões, entendendo o que está acontecendo no município e pensando juntos em estratégias de crescimento e desenvolvimento sustentável.