Desemprego na RMC cai para 3,8%, a menor taxa de março e do Brasil 20/04/2011 - 10:40

A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), estimada com base na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 3,8% da População Economicamente Ativa (PEA) em março de 2011, a menor para o mês da série histórica, contra 4,0% em fevereiro de 2011 e 5,5% em março de 2010.

Mesmo não fazendo parte da determinação da média nacional, que abrange seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre), a taxa de desemprego da RMC foi a menor do Brasil. O desemprego no País situou-se em 6,5% da PEA, também o menor nível para o mês de março, desde o começo da nova série em 2002, contra 6,4% em fevereiro de 2011 e 7,6% em março de 2010.

O rendimento médio real do pessoal ocupado foi de R$ 1.682,30 na RMC, em março de 2011, 3,3% e 4,4% superior ao observado em fevereiro de 2011 e março de 2010, respectivamente. Foi também o maior rendimento apurado no País, 8% acima da média nacional. No Brasil, os rendimentos alcançaram R$ 1.557,00 em março de 2011, com incremento de 0,5% e 3,8% em relação a fevereiro de 2011 e março de 2010, respectivamente.

“É preciso atentar que maiores rendimentos auferidos pelos trabalhadores conformam, ao mesmo tempo, potencial de mercado e custos para as empresas”, afirma o presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço. Este último componente - alerta - pode vir a representar algum atrapalho adicional em um ambiente bastante acirrado de disputa por novos investimentos produtivos entre os estados brasileiros.

Como se vê - aponta Lourenço - a trajetória descendente do desemprego e crescente dos rendimentos ainda rejeita as hipóteses de ocorrência de desaceleração da economia, como resultado das providências de contenção monetária praticadas pelo governo federal desde o final de 2010. “Os cortes orçamentários da União se resumiram aos restos a pagar, excluindo as despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”.

Ao contrário, indica o presidente do Ipardes, ainda são evidentes os sinais de aquecimento das atividades produtivas, principalmente, no caso da RMC, nos segmentos industriais e comerciais de bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos), construção civil e serviços, cuja demanda é movida a emprego, salário e crédito.

O eixo de medidas de contração lançadas pelas autoridades econômicas é constituído pela elevação dos juros e pelo uso das chamadas ferramentas macroprudenciais, especialmente o aumento dos recolhimentos compulsórios dos bancos junto ao Banco Central, a ampliação da proporção do capital mínimo das instituições em relação ao volume de empréstimos, a diminuição dos prazos de cobertura das prestações, e a fixação de piso de pagamento de 15,0% da fatura dos cartões de crédito.

“Mas, convém reconhecer que, em algum momento, as ações de ajuste macroeconômico apanharão um país apresentando maior patamar de endividamento dos consumidores e pronunciada discrepância entre as taxas de desemprego nas distintas áreas, experimentando o pico de 10,5% em Salvador e pisos de 4,9% no Rio de Janeiro e 3,8% em Curitiba”, analisa Gilmar Lourenço.

Na verdade, as estatísticas da PME revelam dinâmicas ainda bastante heterogêneas do mercado de trabalho, sintetizadas em maiores rendimentos médios nas regiões mais industrializadas e menores performances nas áreas do Nordeste, por exemplo, aponta ainda o presidente do Ipardes.

O rendimento médio real, em março de 2011, foi de R$ 1.678,00 na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, R$ 1.663,30 na de São Paulo, R$ 1.514,40 na de Porto Alegre, R$ 1.452,20 na de Belo Horizonte, R$ 1.197,00 na de Salvador e R$ 1.095,20 na de Recife. Conforme já observado, para a RMC o rendimento chegou a R$ 1.682,30.

Outro ponto a ser ressaltado, diz Loureço, compreende o caráter incompleto da medição do desemprego, abrangendo alguns espaços metropolitanos, sem considerar o funcionamento das estruturas produtivas do interior do País, as ocupações precárias e a desocupação por desalento. SECS

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