Geada afeta 20% dos produtores de hortaliças na RMC 31/07/2013 - 10:20
Cerca de 80% dos produtores de hortaliças na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) protegeram a sua plantação e não sofreram impacto das geadas. Porém, as perdas provocaram variação nos preços. A alface, que teve o maior dano na qualidade, aponta aumento de 20%, mesmo aumento registrado para a couve-flor e o brócolis. O maior impacto se dá no repolho, em que o preço subiu 50%.
A avaliação das plantações foi feita no dia 25 de julho por técnicos da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e do Instituto Emater, em Colombo, São José dos Pinhais, Mandirituba e Araucária. A região conta com 8 mil produtores de folhosas e hortaliças de fruto. O levantamento preliminar do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria, sobre os efeitos das geadas sairá em meados de agosto.
“As hortaliças cultivadas no inverno como alface, brócolis, couve-flor, couve, entre outras, sofrem com as baixas temperaturas, ventos frios e incidências de geadas”, explica o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, do Deral. Segundo ele, é recomendável agronomicamente que o agricultor cultive suas hortaliças em ambiente protegido como estufas, túneis ou tecido não tecido (TNT).
PERDAS – Para os 1,6 mil produtores que não investiram em proteção, como plasticultura, a perda foi significativa. “Só perdeu quem não protegeu a lavoura. O produtor que não investiu em plasticultura perdeu de 80% a 100% da produção. Isso gerou perda de 20% da produção de repolho, couve-flor, brócolis, e alface em toda a região, chegando a um prejuízo de R$ 4,6 milhões”, explica o engenheiro agrônomo Iniberto Hamerschmidt, coordenador estadual de olericultura da Emater.
De acordo com Hamerschmidt, o Paraná produz 7 mil toneladas de alface por mês, 3 mil só na RMC. Nesta geada, foram perdidos 600 mil quilos, o equivalente a 1,8 milhão de cabeças da hortaliça. No caso do repolho, a perda foi de 2,8 mil toneladas, das 14 mil produzidas na região. Já na cultura da couve-flor, foi registrada a perda de 800 toneladas, das quatro mil produzidas. Outra cultura que registrou prejuízo, foi o brócolis, que teve 148 toneladas perdidas das 742 produzidas mensalmente. Também sofreram danos, embora menores e passíveis de recuperação as culturas da beterraba e a da cenoura.
“Os produtores precisam entender que eles têm que investir nessas alternativas para evitar as perdas por geada. São medidas de baixo custo que resolvem o problema”, diz Hamerschmidt, que acredita que a falta de cuidado de aproximadamente 20% dos produtores da região deprecia a atividade de todos que investem na cultura. “A qualidade do produto cai bastante, fica queimado, murcho, e altera o preço e procura no mercado”, explica.
CONSUMIDOR – A Ceasa informou que os níveis de oferta da alface foram mantidos. Isso porque cresceu o volume de entrada do produto de outras regiões e estados produtores. Porém, o consumidor que quiser escapar da especulação de preços deve procurar produtos alternativos. “Nesse momento que o preço aumentou muito o consumidor deve procurar substituir os produtos em casa. Porque se consumir produto caro, o preço não vai diminuir”, alerta Hameschimidt.
De acordo com a Ceasa, 16 hortigranjeiros permanecem com valores comerciais estáveis e podem preencher este espaço na mesa do consumidor: aipim, batata salsa, beterraba extra 2A, cenoura nantes 2A, tomate longa vida extra 2A, vagem macarrão extra 2A, abacate manteiga, abacaxi havaí grande, banana caturra, laranja pêra grande, limão tahiti médio, maçã nacional gala, mamão comum, melancia redonda, melão amarelo grande e ovos brancos extra.
Há também produtos acessíveis que vêm de outros estados e regiões do Paraná, segundo a Ceasa. São estes a abóbora seca, a cebola pêra nacional, manga tomy (vinda da Bahia e de Pernambuco), ponkan grande (de Cerro Azul (PR) e São Paulo) e uva niágara rosada (de Marialva (PR) e São Paulo).