Governo e BNDES iniciam estruturação de VLT entre Curitiba e São José dos Pinhais 08/05/2024 - 15:29
O Governo do Estado, por meio da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentaram nesta quarta-feira (8), no Palácio Iguaçu, o consórcio de empresas que será responsável pela elaboração dos estudos técnicos e de viabilidade para implantação de um sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) entre Curitiba e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Os estudos vão subsidiar a estruturação e modelagem de concessão para a prestação de serviços de operação e manutenção do VLT, que deve substituir os ônibus expressos (BRT) do Eixo Boqueirão, na Capital, expandindo a linha até o Aeroporto Afonso Pena, passando pelo Terminal Central de São José dos Pinhais.
O corredor que interliga atualmente o Terminal Boqueirão e a Praça Carlos Gomes, no Centro de Curitiba, também deve ser ampliado até o Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico. O estudo vai avaliar ainda a viabilidade de implantação de um novo eixo até o terminal do Santa Cândida, passando pelos terminais Cabral e Boa Vista.
O diretor-presidente da Amep, Gilson Santos, explicou que a ideia é aprimorar a Rede Integrada de Transporte, fortalecendo a integração com o Sistema Metropolitano e reaproveitando a infraestrutura já existente. “Nossas equipes fizeram um trabalho prévio, com um diagnóstico do traçado que começa no aeroporto, para fazer a conexão até o Centro de Curitiba, com a oportunidade a chegar à área Norte da Capital, que também faz conexão com outra parte da Região Metropolitana”, disse.
“Nós já temos o ramal, a canaleta para o sistema por BRT já funciona. Só vamos substituir os ônibus expressos por trilhos. Nesse trecho, 80% da estrutura já está implantada, o que torna este projeto muito mais viável do que qualquer outro modal que já foi pensado para a Capital e a Região Metropolitana”, ressaltou Santos.
O vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, explicou que a substituição dos ônibus por veículos sobre trilhos com tração elétrica vai modernizar a mobilidade urbana na Capital, com uma alternativa mais moderna, ágil e sustentável. “Escolhemos um eixo que já tem um movimento muito grande de usuários do transporte coletivo, promovendo uma integração também ao Aeroporto Afonso Pena. A adoção do VLT também trabalha com a descarbonização da frota e o cuidado com a sustentabilidade”, afirmou. “Como já existe a canaleta, deve haver uma economia de recursos, mas também vamos propor toda uma integração com calçadas e ciclovias”.
Somente as linhas que passam hoje pelo Eixo Boqueirão transportam uma média de 126 mil passageiros nos dias úteis, sendo cerca de 15 mil pessoas nos horários de pico. A avaliação da Amep é que, com a mudança do modal, o crescimento populacional e o incremento de novos trechos na linha, é possível um aumento de aproximadamente 30% no número de passageiros transportados já no primeiro ano de implantação do projeto, chegando, então, a 164.800 usuários por dia.
ESTUDOS – O projeto será coordenado pelo BNDES, responsável pela contratação técnica para a sua elaboração, sem custos para o Estado. O banco vai destinar R$ 5,5 milhões ao consórcio TYLin-Oficina-Rhein-Addax-Setec, responsável pelos estudos. Caso o projeto seja bem-sucedido, esse valor será absorvido pelo vencedor da concessão e reembolsado ao banco.
A previsão é que a entrega dos estudos para a nova modelagem e a concessão ocorra no primeiro trimestre do ano que vem, com a realização de consulta e audiência pública e publicação do edital de leilão até junho de 2025. Caso o projeto seja viável, o leilão deve ocorrer até setembro de 2025 na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. A previsão total de investimento é de R$ 2,5 bilhões.
“Esses estudos vão incluir todo o detalhamento para atrair ao leilão o concessionário privado que vai executar e operar todo esse modal”, explicou a superintendente da Área de Soluções para Cidades do BNDES, Luciene Machado. “Eles vão detalhar o valor dos investimentos necessários para fazer esse transporte, qual será a demanda, além da já verificada, que pode ser induzida uma vez que esse meio esteja disponível, os custos de operação e manutenção do sistema, entre outros itens”.
Serão analisados, no relatório, questões como a avaliação preliminar do projeto, estudo de demanda, de engenharia, premissas técnico-ambientais, avaliações socioambiental e econômico-financeira e o modelo de concessão, entre outros prontos. A Amep também cadastrou o projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal
Além da Amep e BNDES, também participam do projeto o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), as prefeituras de Curitiba e São José dos Pinhais, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS) e a Secretaria Municipal de Urbanismo, Transporte e Trânsito de São José dos Pinhais.