Missão italiana conhece projeto que fortalece cadeia produtiva de hortifrutigranjeiros da RMC 24/04/2012 - 10:40

O projeto que prevê a remodelação da cadeia produtiva de hortifrutigranjeiros para a Região Metropolitana de Curitiba, elaborado pelo Fórum do Desenvolvimento do Agronegócio Paranaense, foi apresentado à missão italiana do Centro de Abastecimento Alimentar da Bologna, da região de Emilia Romagna, no dia 23 de abril na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, em Curitiba.

A meta do projeto é promover a qualificação da cadeia de hortifrutigranjeiros da grande Curitiba para ofertar produtos de qualidade e com segurança alimentar aos consumidores. O objetivo também é ampliar as alternativas de renda ao produtor e reduzir os custos com logística, com a eliminação do desperdício dos alimentos na central atacadista.

A apresentação reuniu o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o diretor-presidente da Ceasa-PR, Luiz Gusi, o diretor-presidente do Instituto Emater, Rubens Niederheitman, e representantes da Federação da Agricultura do Paraná e do Sebrae, entidades que compõem o Fórum do Desenvolvimento do Agronegócio.

Para Ortigara, a parceria com os italianos pode ajudar neste processo de promover avanços em todos os elos da cadeia produtiva de hortifrutigranjeiros. “Eles são conhecidos como referência na gestão de centrais de atacadistas de alimentos e já passaram pelas mesmas dificuldades encontradas aqui há cerca de 50 anos e hoje são modelo de abastecimento e comercialização em todo o mundo.”

Para atender os desafios de promover os investimentos público e privado para o suprimento de hortifrutigranjeiros, os integrantes do Fórum estão buscando as boas experiências em outros países para adaptar no Paraná as mudanças necessárias e alcançar os avanços almejados, informou o secretário.

Entre as recomendações da missão italiana, está o comprometimento de todos os elos da cadeia produtiva com as boas práticas de produção. Segundo Roberto Piazza, diretor das Centrais de Abastecimento de Bologna, o projeto requer ações coletivas. Na Itália, produtores e atacadistas perceberam que ou eles se organizavam e acabavam com o individualismo ou eles estariam fora do mercado.

Para Piazza, produtores e atacadistas têm que estar em sintonia e fazer chegar um produto de qualidade ao consumidor final. Para isso, defende a incorporação da tecnologia de produção, melhorar a classificação, a logística, reduzir desperdícios e promover um visual atraente dos produtos para atrair o consumidor.

A Região Metropolitana de Curitiba é responsável por cerca de 50% da produção estadual de hortifrutigranjeiros, avaliada em 1,1 milhão de toneladas por ano. “O mercado consumidor, com cerca de 4 milhões de pessoas, tem potencial para elevar o consumo desses produtos se houver alterações na estrutura de comercialização”, disse a consultora do Sebrae, Maria Isabel Guimarães, que apresentou o projeto.

Segundo Ortigara, o Paraná já evoluiu bastante na produção de grãos, carnes e leite e agora procura avançar também na fruticultura e horticultura. “O que buscamos agora é qualificar tudo isso, com a redução no uso de agroquímicos e ofertar um alimento mais seguro”, disse.

A redução do uso de agroquímicos na produção de hortifrutigranjeiros comercializados na Ceasa é uma das metas do projeto. Primeiro, porque a região produtora é fonte de manancial de águas que abastecem Curitiba e não pode ficar vulnerável. Além disso, a cada noticia que determinado produto apresenta contaminação além do permitido, o consumo recua e os produtores perdem renda.

O projeto prevê ainda a revitalização e a modernização da Ceasa, em atendimento à legislação sanitária, ambiental e social. Segundo Gusi, a central atacadista já firmou um termo de compromisso com o Ministério Publico que prevê a rastreabilidade e o monitoramento sobre o uso excessivo de agrotóxicos e a qualidade dos produtos comercializados.

O Emater será responsável pela capacitação dos produtores, que será feita por meio de projeto-piloto a ser iniciado com 380 agricultores de sete municípios da RMC. O trabalho do fórum do Agronegócio vai fazer um “check list” das boas práticas, classificação e padronização de todo o processo de produção, desde o pós-colheita dos produtos até a chegada ao consumidor final.

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