População do Paraná chegará a 12,2 milhões, com mais idosos 07/07/2017 - 11:50

O Paraná passará dos atuais 11,243 milhões habitantes para 12,208 milhões de habitantes até 2040, de acordo com projeção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), divulgada no dia 06 de julho. A população deve atingir a marca de 12 milhões de pessoas ao final da próxima década e ficar praticamente estável nos 10 anos seguintes.
As projeções apontam para o aumento da população idosa e diminuição de jovens. A população de 0 a 14 anos deve passar de 20,8% em 2017 para 14,6% do total do Estado. A população idosa, por sua vez (65 anos e mais) passa de 9,2% para 19,9% no período.
Essa tendência, explica o diretor de pesquisas do Ipardes, Daniel Nojima, é verificada em todo Brasil e está associada ao declínio da natalidade e à ampliação da expectativa de vida.
No Paraná, o processo é mais acentuado em Curitiba e em municípios de menor porte, com menos de 10 mil habitantes, onde se verifica a migração dos mais jovens para outros municípios em busca de novas oportunidades. “São cidades de base agropecuária, que vivem também um processo de mecanização das lavouras, e os jovens acabam indo para municípios vizinhos. São migrações de curta distância bastante regionalizadas”, diz Nojima.
Pela projeção, nas pequenas cidades, a média da proporção de idosos com relação à população total passa de 11,3% em 2017 para 24,2% em 2040. Em Curitiba, de 9,6% para 21,3% no mesmo período. “A capital já é uma cidade madura, passou por vários ciclos demográficos, que apresenta queda de natalidade e maior expectativa de vida”, diz Nojima.
POLÍTICAS PÚBLICAS - Os resultados são importantes para subsidiar o planejamento de políticas públicas, enfatizou Nojima. “O Paraná já tem uma população mais envelhecida que a média brasileira. Certamente o perfil do mercado de trabalho vai ter que mudar. Teremos implicações tanto para o setor educacional quanto para saúde pública, questões que precisarão ser pensadas para um planejamento futuro”, afirma.
A professora Raquel Guimarães, do departamento de economia da Universidade Federal do Paraná, que participou do trabalho, explica que as projeções do Ipardes levam em conta componentes demográficos como o estoque de população, nascimentos, óbitos e os saldos migratórios.
“O Paraná está em uma situação de estabilidade. O Estado, assim como Santa Catarina, é, de certa forma, pioneiro no País em envelhecimento da população. Enquanto algumas unidades da federação ainda estão passando por esse estágio de transição demográfica, o Paraná já tem esse cenário mais consolidado. Isso gera uma demanda de política pública não mais prioritariamente dedicadas aos mais jovens e crianças”, diz.
QUEM GANHA E QUEM PERDE - As projeções indicam, até 2040, perdas populacionais em 223 municípios, em paralelo a ganhos em 176 cidades. Dos 223 municípios que perdem população, 142 têm até 10 mil habitantes e 62 têm de 10 mil a 20 mil habitantes.
“É preciso notar, porém, que a perda de população não quer dizer perda de dinamismo econômico. Juntos, esses 204 municípios representam 38,6% do PIB agropecuário do Estado”, diz.
Do lado dos 176 municípios que ganham população, 61 têm menos de 10 mil habitantes; 47 possuem 10 mil e 20 mil, e 37 entre 20 mil e 50 mil. O número de cidades com mais de 100 mil habitantes passa de 18 para 24 em relação ao ranking de 2010. Passam a integrar esse grupo, cidades como Cambé (108.452), Francisco Beltrão (108.017), Sarandi (107.880), Fazenda Rio Grande (148.617), Cianorte (107.224) e Piraquara (162.122).
GRANDES CIDADES - Entre as grandes cidades, Curitiba alcançará 1,95 milhão de habitantes em 2014, seguida por Londrina (628.600), Maringá (552.686), São José dos Pinhais (469.573), Ponta Grossa (386.947) e Cascavel (377.664).
As projeções ainda indicam uma maior concentração populacional na região de Curitiba e de Londrina e Maringá. O estudo estima um aumento da participação da mesorregião de Curitiba, que em 2010 representava 33,5% do total da população no Estado, e em 2040 deverá representar 36,6%. Já a mesorregião do Norte Central Paranaense deve passar, na mesma base de comparação, de uma participação de 19,5% para 20,6%.

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